Escrevo isso e choro...
porque quero tanto e não quero tanto. Porque se acabar morro. Porque se
não acabar morro. Porque sempre levo um susto quando te vejo e me
pergunto como é que fiquei todos esses anos sem te ver. Porque você me
entedia e dai eu desvio o rosto um segundo e já não aguento de saudade e
descubro que não é tédio mas sim cansaço porque amar é uma maratona no
sol e sem água. E ainda assim, é a única sombra e água fresca que
existe. Mas e se no primeiro passo eu me quebrar inteira? E se eu forçar
e acabar pra sempre sem conseguir andar de novo? Eu tenho medo que você
seja um caminhão de luz que me esmague e me cegue na frente de todo
mundo. Eu tenho medo de ser um saquinho frágil de bolinhas de gude e de
você me abrir e minhas bolhinhas correrem cada uma para um canto do
mundo e entrarem pelas valetas do universo e eu nunca mais conseguir me
juntar do jeito que sou agora. Eu tenho medo de você abrir o espartilho
superficial que aperto todos os dias para me manter ereta, firme e
irônica. Minha angústia particular que me faz parecer segura. Eu tenho
medo de você melhorar minha vida de um jeito que eu nunca mais possa me
ajeitar, confortável, em minhas reclamações. Eu tenho medo da minha
cabeça rolar, dos meus braços se desprenderem, do meu estômago sair
pelos olhos. Eu tenho medo de deixar de ser filha, de deixar de ser
amiga, de deixar de ser menina, de deixar de ser estranha, de deixar de
ser sozinha, de deixar de ser triste, de deixar de ser cínica. Eu tenho
muito medo de deixar de ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário