Sentadas no sofá, sorrindo amarelo. Na rodinha em
frente, os maridos, porque eles precisam disso, falam atrocidades.
Deixa, vai. Deixa. Afinal, ele é uma besta na jaula. Finalmente. Na
jaula. As esposinhas. Um deles pediu: promete estar sempre bem cuidada e
maquiada e linda e cheirosa? Então ela está. Uma até queria ir lá na rodinha, tem uma piada
melhor pra cu ou peido. Mas ela é esposinha. Imagina que cena? Pode não.
Cada uma levou um prato. A que não sabe cozinhar se gaba da empregada.
Porque ela não sabe cozinhar mas sabe ensinar. Elas são engenheiras,
advogadas, médicas e, as mais ousadas, atendimentos de agência. Elas não
vêem a hora de não ser mais nada disso. De se dedicar a pesquisar o
preço do piso. Ah, as esposinhas. Ele comeu meia cidade e não casou com a
mais bonita ou a mais gostosa ou a mais inteligente. Ele casou com a
melhor esposinha. O outro, doido de tudo, tinha muito medo. Adivinha do
quê? De mulher doida. Porque homem pode tudo. Te ligar bêbado, insistir
pra comer seu rabo quando nem beijo na boca você liberou, surtar na
porta do restaurante porque o carro atrasou um minuto, falar de amor no
segundo encontro. Agora tente, tente, ter um segundo sequer de
desequilíbrio hormonal.
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