“Sempre fui de me doar. Ouvia, ajudava, consolava, me importava. E não
foram poucas as vezes que, mesmo em segredo, eu deixava de pensar na
minha vida pra ajudar os outros. Em segredo, explico, porque não acho
que preciso de medalhas, prêmios ou troféus. Se eu faço, é de coração,
sem esperar reconhecimento do outro. Mas, perdão, eu sou humana e sinto.
O mínimo que a gente espera é gratidão. Aprendi que ela nem sempre
aparece. Aprendi que às vezes as pessoas acham que o que a gente faz é
pouco. Por tanto aprendizado, acabei descobrindo que é melhor eu cuidar
mais da minha vida e menos da dos outros. Não quero morrer santa, quero
morrer feliz. Então, a rebelião. Como assim? Onde ela está? Por que
sumiu? Ai, meu Deus, como mudou. Não, eu continuo a mesma. Só que até o
mesmo se transforma. E percebe que, guarde isso, ninguém vai andar ao
seu lado. A gente aprende a caminhar sozinho, pode até ter o auxílio de
alguma mão, um apoio, mas os passos são dados por você.No meio do
caminho, entre acontecimentos, atalhos e força, você percebe que precisa
abrir uma brecha para a fragilidade se instalar. E que chorar alivia a
alma. Mais do que isso: abrindo a janela pra fragilidade é que você
descobre o quanto de força ainda resta para seguir em frente.”
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