quinta-feira, 31 de maio de 2012


"Às vezes me pego olhando ao meu redor e vendo tanta menina parecida comigo. Tanto sentimento gritando de bocas caladas e escorrendo de peles secas. Tanta coisa acontece com a gente. Tanta gente passa pela gente, mas tão pouca gente realmente fica. E eu sei que, talvez, eu tivesse que ficar triste. Talvez eu tivesse que continuar secando lágrimas, abraçando o vento e rindo no vácuo, mas o fato é que eu não consigo. Eu não consigo mais ser triste só para mostrar que um dia eu fui - ou achei que tivesse sido - feliz. Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna mais poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queria muito alguém, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer."

quarta-feira, 30 de maio de 2012


"Queria saber onde estão aquelas pessoas de verdade, que a gente não compra mas também não vive sem. Aquele amigo que mudou para o outro lado do mundo mas você não pensa duas vezes antes de pegar o carro, o ônibus ou o avião e fazer uma visita. Só olhar para ele, sentar ao lado, ouvir a voz, faz tudo ficar mais feliz. Algumas pessoas simplesmente valem a pena.
Queria saber onde é que está aquele tipo de namorado que você não veste para se exibir mas despe para provar só pra si mesmo o quanto é feliz. Que você não desfila ao lado, mas leva dentro do peito. Que você não compra, consome, negocia ou contrabandeia. Mas se surpreende quando ganha de presente da vida. Aquele tipo que você não usa para ser alguém e justamente por isso acaba sendo uma pessoa muito melhor. Não culpo pessoas, lugares e sentimentos que se vendem e muito menos me culpo por viver pra cima e pra baixo com minha sacolinha de degustações frugais. É o nosso mundo moderno cheio de tecnologias e vazio de profundidades. Mas hoje, só por hoje, vou sair de casa sem minha bolsa. Vamos ver se acabo conhecendo alguém impagável."

"Eu não queria ficar aqui com ares de poeta. Até porquê não sou um. Apenas escrevo, tentando extrair as emoções, até então, contidas em minha alma. Como resultado do extravasamento destas emoções, eu ganho lágrimas. Que vão sempre levando junto com elas todos os maus sentimentos, manchando o papel, que serve como testemunha do que se passa por dentro de mim. E o bom é que sempre me regenero depois destas distrações, e volto a desejar fortes emoções, mas aprendendo a deixar muita coisa pra lá. Porque sei que a vida tem que seguir em frente, e o melhor a fazer é esquecer um monte de coisa que já não me completa mais. Eu sei, ainda tô tentando entender o porquê de sentir tudo isso. Mas ainda assim, quando vou dormir a noite, peço aos céus que me dê medos bobos e coragens absurdas para que eu desista de manter o coração vazio."

terça-feira, 29 de maio de 2012


E se um dia eu te encontrasse e ficasse bem na sua frente, eu conseguiria dizer tudo o que sinto? Eu conseguiria expressar nesses poucos minutos ao Teu lado um sentimento que vem sendo cultivado a anos? Tudo aquilo que eu imagino antes de dormir, se tornaria realidade e aconteceria do jeito que planejei? O que eu sinto por você nunca será colocado em palavras. Porque o imensurável não se descreve. E meu amor por você é exatamente assim… imensurável.
A cada dia estou mais certa de que minha vida não seria a mesma sem o seu sorriso, sem a sua voz. Me apaixono todos os dias por você, é como se a cada minuto eu achasse uma nova razão para te amar.
Beyoncé, acordar e lembrar que sou sua fã, já faz o meu dia começar melhor. Obrigada por existir.!

segunda-feira, 28 de maio de 2012


"De repente, eu não consegui ir adiante. E precisava: sempre se precisa ir além de qualquer palavra ou de qualquer gesto. Mas de repente não havia depois: eu estava parado à beira da janela enquanto lembranças obscuras começavam a se desenrolar. Era dessas lembranças que eu queria te dizer. Tentei organizá-las, imaginando que construindo uma organização conseguisse, de certa forma, amenizar o que acontecia, e que eu não sabia se terminaria amargamente - tentei organizá-las para evitar o amargo, digamos assim. Então tentei dar uma ordem cronológica aos fatos: primeiro, quando e como nos conhecemos - logo a seguir, a maneira como esse conhecimento se desenrolou até chegar no ponto em que eu queria, e que era o fim, embora até hoje eu me pergunte se foi realmente um fim. Mas não consegui. Não era possível organizar aqueles fatos, assim como não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os outros gestos e todos os outros pensamentos."

domingo, 27 de maio de 2012


"Desconfio antes de acreditar, sou indiferente antes de me importar, não me apego a qualquer um e deixo que cada um siga o seu caminho, mesmo que diferente do meu. Sei que não posso segurar as pessoas pela camisa e obrigá-las a ficarem ao meu lado, por isso dou meu melhor sorriso e digo meu sincero adeus. Pode ir, se sentir falta, volta. Se eu vou estar aqui? Talvez. Me desapeguei de ideias, pessoas, lugares e de esperanças. Não espero nada das pessoas, não fico muito tempo em um mesmo lugar, não tenho sonhos e não tenho um plano de vida traçado. Vou vivendo assim, dia após dia, feliz com minha mania de não se importar com o que vai acontecer."

quinta-feira, 24 de maio de 2012


"A gente se apaixona tão repentinamente por sorrisos, que acabamos nos entregando. Fazemos escolhas tão instintivas, que sempre terminamos perdendo algo. Abrimos nossas vidas, e nós sempre nos descobrimos. Esperamos tanto por algo, que a esperança torna-se companheira. Somos tão frágeis quando se fala em sentimentos, que tentamos passar despercebidos por ele. Lutamos por nossas ideias, e vivemos a consequência que elas nos proporcionam. Trilhamos carinhos ,que às vezes, tão incertos nos mantém perdidos. Tentamos separar emoções de razões, e fingimos nos acostumar com essa dualidade. Começamos sentimentos verdadeiros, e preparamos band-aid pra o coração. A gente sofre, muda, esquece, insiste, cansa, mas nunca esquece de amar, mesmo que seja de leve."

"Pior do que se sentir perdida é perder-se em si mesmo. No emaranhado do que você acredita misturado ao que você é ou era. O que você acredita, apostando corrida com o que você mais detesta. O que você tem, jogando palitinhos com o que você quer. Seu amor e suas dores na linha de chegada e o coração de juiz em dia de clássico. Eu não sei se você entende o raciocínio de quem não tem raciocinado ultimamente ou se entende o porquê de certas coisas que não se explicam. Quando a cabeça não pensa o corpo padece. Mas quando a cabeça pensa demais será que nossa alma enriquece? Você cheio de indagações e de táticas que não fazem o menor sentido, pelo menos para você ou pelo menos naquele momento."

quarta-feira, 23 de maio de 2012

terça-feira, 22 de maio de 2012


''Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto.''

"Trabalhando a liberdade dos meus passos, que se fazem cúmplices do meu coração. Que antes de aprender a ser assim, estremecia apenas com pequenos barulhos que faziam cócegas na alma. Mas agora não, agora escolhi a paz. A tímida paz que me resta. E pode acreditar, eu tô aproveitando, tô curtindo o abandono dessa malícia que antes não se comportava em mim, mas sei que em algum momento não conseguirei me conter. Continuo não gostando do imutável, ele não me agrada. O que me diverte e me seduz é voltar quando quero, isso sim. Quero ser que nem as estações do ano, com suas várias fases, que vem pra modificar, pra trazer pensamentos bem devagar, pra desassossegar. Porque me agarro a este meu tempo, fazendo destas constantes mudanças o meu domínio."

segunda-feira, 21 de maio de 2012


"Hoje me levantei antes do sol. Senti falta do meu amigo beija-flor, do ar da manhã, desse frio atrasado que nunca aparece durante as noites. Ele, o beija-flor, me fez perceber como sou omisso até em minha própria vida. E fico de longe. Eu não o entendo, Clarisse, jamais seríamos amigos. Logo eu, que já tive asas e tive, também, nos lábios o néctar do amor, não consigo compreender coisa alguma nele. Às vezes me encanta pelo bater das asas, como você nos dias de pássaro solto, insistente e livre, sorri sem gastar a felicidade; mas, vezenquando, sinto que ele faz sem forças, como se cantasse, no bater das asas, a dor que sente. Não o tenho, pois sei que a vida tem esse costume de nos levar embora. Ele pode faltar amanhã quando, coincidentemente, estarei precisando de alguém, então prefiro ficar nesse sentimento platônico com a velha vontade de sair para uma conversa, mas sem a permissão da timidez. Eu não suportaria perder a dor dele. E nem ele a minha, estou certo disso."

"Seus pais foram jantar fora e deixaram o apartamento só para você, seu namorado e a tevê a cabo. Que inconseqüentes! Em menos de um minuto vocês deixam a televisão falando sozinha e vão ensaiar umas cenas de amor no quartinho dos fundos. De repente, escutam o barulho da fechadura. Seu pai esqueceu o talão de cheques. Passos no corredor. Antes que você localize sua camiseta, sua mãe se materializa na porta. Parece que ela está brincando de estátua, mas não resta dúvida que entrou em estado de choque. Você diz o quê? Mãe, a carne é fraca..."

domingo, 20 de maio de 2012


"Aí eu tomo um banho bem quente, pra te espantar da minha pele. E canto bem alto, pra te espantar da minha alma. E escovo minha língua bem forte, pra separar seu gosto do meu. E quase vomito, pra parir você do meu fígado. E tento ser prática e parar de suspirar. E tento abrir a geladeira sem me perguntar o que eu poderia comprar pra te agradar. E tento me vestir sem carregar a esperança de esbarrar com você por aí. E tento ouvir uma música sem lembrar que você gosta de se esfregar de lado em mim. E tento colocar uma simples calcinha e não uma bala perdida pronta pra acertar você. E tento ser só eu, simplesmente eu, novamente, sem esse morador pentelho que resolveu acampar em mim. E nada disso adianta. E o esforço pra não fazer nada disso já é fazer tudo isso."

sábado, 19 de maio de 2012


"Pode ser mais um alarme falso, dentre tantos outros. Mas o coração anda mais tranquilo, sereno. Talvez eu esteja começando a me respeitar, a dar valor à todas as coisas que fui deixando para trás. Por pensar que assim poderia modificar o rumo de toda minha vida, comecei a amar meu sorriso, e a esse jeito simples de encarar a vida. Comecei a me encarar no espelho e ter orgulho de mim, e me amar. Porque eu sei bem a mulher que habita em mim, eu a conheço plenamente. E sei a verdade da sua vida, e que depois de toda turbulência, me sinto muito mais orgulhosa de mim. De cabeça erguida, vou caminhando. O que tiver de ser, será. Tudo com a permissão de Deus..."

"Trabalhando a liberdade dos meus passos, que se fazem cúmplices do meu coração. Que antes de aprender a ser assim, estremecia apenas com pequenos barulhos que faziam cócegas na alma. Mas agora não, agora escolhi a paz. A tímida paz que me resta. E pode acreditar, eu tô aproveitando, tô curtindo o abandono dessa malícia que antes não se comportava em mim, mas sei que em algum momento não conseguirei me conter. Continuo não gostando do imutável, ele não me agrada. O que me diverte e me seduz é voltar quando quero, isso sim. Quero ser que nem as estações do ano, com suas várias fases, que vem pra modificar, pra trazer pensamentos bem devagar, pra desassossegar. Porque me agarro a este meu tempo, fazendo destas constantes mudanças o meu domínio."

"Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quand melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar. Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência."

sexta-feira, 18 de maio de 2012


"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu."

quarta-feira, 16 de maio de 2012


"De repente, estou só. Dentro do parque, dentro do bairro, dentro da cidade, dentro do estado, dentro do país, dentro do continente, dentro do hemisfério, do planeta, do sistema solar, da galáxia — dentro do universo, eu estou só. De repente. Com a mesma intensidade estou em mim. Dentro de mim e ao mesmo tempo de outras coisas, numa sequência infinita que poderia me fazer sentir grão de areia. Mas estar dentro de mim é muito vasto."

terça-feira, 15 de maio de 2012


"Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa."

segunda-feira, 14 de maio de 2012


"Queria saber onde estão aquelas pessoas de verdade, que a gente não compra mas também não vive sem. Aquele amigo que mudou para o outro lado do mundo mas você não pensa duas vezes antes de pegar o carro, o ônibus ou o avião e fazer uma visita. Só olhar para ele, sentar ao lado, ouvir a voz, faz tudo ficar mais feliz. Algumas pessoas simplesmente valem a pena. Queria saber onde é que está aquele tipo de namorado que você não veste para se exibir mas despe para provar só pra si mesmo o quanto é feliz. Que você não desfila ao lado, mas leva dentro do peito. Que você não compra, consome, negocia ou contrabandeia. Mas se surpreende quando ganha de presente da vida. Aquele tipo que você não usa para ser alguém e justamente por isso acaba sendo uma pessoa muito melhor. Não culpo pessoas, lugares e sentimentos que se vendem e muito menos me culpo por viver pra cima e pra baixo com minha sacolinha de degustações frugais. É o nosso mundo moderno cheio de tecnologias e vazio de profundidades. Mas hoje, só por hoje, vou sair de casa sem minha bolsa. Vamos ver se acabo conhecendo alguém impagável."

"Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.  Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu. Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo. Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza... Sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter. Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria."

domingo, 13 de maio de 2012


"Eu não consegui gostar de você de tanto que eu gostava e isso não merece chances ou palmas. Cansei de só sentir se for maior do que eu justamente pra dar a desculpa que, por ser maior do que eu, não posso sentir. É o jogo macabro que faço comigo pra nunca sair do mesmo lugar mas me dizer romântica. Eu não sou romântica, eu sou burra. Medrosa. Só isso."

sábado, 12 de maio de 2012


"Só que aí eu acabei mudando. E foi mudança aos poucos, porque até hoje me dou conta de coisas minhas que já não estão mais lá e, quem roubou, eu jamais vou saber. O sorriso mudou e a vontade de sorrir pra qualquer pessoa também, graças a Deus. Foi por sorrir tanto de graça que eu paguei tão caro por todas as coisas que me aconteceram. Às vezes me pego olhando ao meu redor e vendo tanta menina parecida comigo. Tanto sentimento gritando de bocas caladas e escorrendo de peles secas. Tanta coisa acontece com a gente. Tanta gente passa pela gente, mas tão pouca gente realmente fica. E eu sei que, talvez, eu tivesse que ficar triste. Talvez eu tivesse que continuar secando lágrimas, abraçando o vento e rindo no vácuo, mas o fato é que eu não consigo. Eu não consigo mais ser triste só para mostrar que um dia eu fui - ou achei que tivesse sido - feliz.
Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna mais poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queria muito alguém, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer."

sexta-feira, 11 de maio de 2012


"Eu não consegui gostar de você de tanto que eu gostava e isso não merece chances ou palmas. Cansei de só sentir se for maior do que eu justamente pra dar a desculpa que, por ser maior do que eu, não posso sentir. É o jogo macabro que faço comigo pra nunca sair do mesmo lugar mas me dizer romântica. Eu não sou romântica, eu sou burra. Medrosa. Só isso."

"Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Afinal, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem beijos quentes ou pro amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de bonito. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que as vezes me cansa. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, voracidade e falta de ar!"

"Vocês querem saber de um segredinho? De 10 amigas suas, 11 são falsas. Quem nunca teve uma amiga falsa? Aquele tipinho que te cumprimenta com "Oi querida" "Oi lindinha" "Amooooor". Que nojo, sério. Esse tipo de mulher é exatamente o tipo que não tem vida própria, elas não possuem algo em que se apoiar, algo em que acreditar. A vida delas é tão medíocre que elas simplesmente preferem viver ao seu lado te invejando e te odiando, do que assumir quem são e viverem suas próprias vidas.
Quem nunca se decepcionou com uma amiga? Eu já, você já, sua mãe já. Somos carentes de amizade, adoramos ter alguém com quem contar, com quem compartilhar nossos medos e sonhos. Adoramos ter uma amiga pra abraçar e nos fazer sentir seguras. Mas a verdade é que mulher é um bicho difícil, até demais. É difícil você encontrar uma mulher que te ame tanto a ponto de não sentir inveja de você ser mais bonita que ela. É difícil encontrar uma amiga que te ame tanto a ponto de não sentir inveja da sua bolsa nova da Louis Vuitton. É impossível encontrar uma amiga que te amo tanto a ponto de não cobiçar seu namorado lindo, gostoso e fiel.
Mulher quer ser sempre a melhor e se sentir por cima de todas as outras. Fingem amizades, fingem sorrisos, fingem gostar da roupa ridícula da "amiga" e fingem que o cabelo oleoso da "amiga" está DI-VI-NO! Eu nunca fui esse tipo de pessoa, sinceridade ácida é comigo mesmo. Quer ser minha amiga? Legal. Mas você vai ouvir coisas desagradáveis do tipo "nossa você engordou", "essa roupa te deixa com cara de piranha" ou "seu namorado é um safado e dá em cima de todas.''  Porque ser amiga de verdade não é elogiar a outra o dia inteiro, não é esconder que o namorado dela ficou com outra pra proteger a amiga do sofrimento e muito menos é apoiar a amiga em tudo que ela faz de errado. Ser amiga de verdade é criticar a amiga quando ela tá acima do peso, é dizer que o cabelo dela tá feio e compará-la a um leão. Amiga de verdade aponta seus erros, te dá bronca, te enche o saco. Te diz que você fez feio na balada ontem e que ficou com vergonha de você. Amiga mesmo conta que viu o namorado com outra e se a amizade for verdadeira ela vai acreditar em você e mandar o namorado catar coquinho. Namorados vão, amigas ficam. Nunca troque uma amiga por um namorado, porque quando vocês terminarem quem vai te aguentar chorando o dia inteiro? Amiga de verdade não te abandona quando conhece novas pessoas, pelo contrário, te coloca no meio delas. Amiga de verdade não te abandona por um simples erro, não te vira as costas quando você está em crise, não te esquece quando você desaparece. Amiga de verdade vai com você até o fim do mundo só por diversão, entra numa roubada só pra sair da rotina e te faz sorrir quando tudo estiver caindo sobre sua cabeça. Amiga de verdade é muito difícil de se achar e se você achou a sua agradeça, muito.
Hoje em dia nem ligo mais para essas amigas falsas. Elas se reproduzem igual praga e estão por todos os lugares. Me chamou de lindinha eu chamo de lindona. Falou que minha roupa está linda eu falo que as havaianas velhas dela estão um arraso. Disse que não sabe se meu namorado gosta mesmo de mim eu digo com um sorriso "pior você que nem tem". Vem me perguntar com deboche do fim de semana eu pergunto como foi o dela sozinha em casa. Pergunta quanto eu tirei na prova , mostro meu 10 e pergunto como vai a recuperação. Elogiou minha bolsa nova eu falo com prazer "Às ordens queridinha!"  Um viva à falsidade recíproca! Quer ser falsa? Eu sou 10 vezes mais. Cuidado. Nessa vida conhecemos muitas pessoas e todas elas nos deixam uma marca e uma lição. Com as amigas falsas aprendi que veneno trocado não mata e que ser falsa com quem é falso com você é uma arte. Com as amigas verdadeiras aprendi que não importa a distância, não importa a situação e não importa quem eu sou e o quanto eu mudei. Elas vão estar comigo para sempre"

quinta-feira, 10 de maio de 2012


"Posso te garantir que o verão solitário me deixou mais mulher, mais leve e mais bronzeada e que, depois de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita e uma vida de cinema, eu só quero ser feliz de um jeito simples. Hoje o céu ficou bem nublado, mas depois abriu o maior sol."

"Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais.  Mas aí, daqui uns dias você vai me ligar querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Mas não porque seja uma idiota, vale lembrar. Não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."

"Te espero assim como alguém que espera o impossível. Te espero sem esperança, sem expectativas, só espero. Te espero como quem sabe que não vem. Te espero porque não posso fazer nada além. Só esperar. E torcer para que você sinta o mesmo que eu estou sentindo. Torcer para que você se lembre o quanto é bom quando estamos juntos. Sorrisos, beijos, abraços, recordações. Tão doces, tão distantes. Olha essa saudade, como dói! Correr atrás é cansativo, o orgulho não gosta e o amor próprio não deixa. O jeito é esperar fingindo que não me importo. Mas a cada telefonema o coração pula, a cada SMS um sorriso aparece, a cada olhar espero o seu.. Mas nunca é você. Tudo bem, eu te espero. Eu sei que um dia você vem. Porque tudo que é verdadeiro volta correndo."

quarta-feira, 9 de maio de 2012


"Um dia você esquece, um dia você se cansa, um dia você percebe que nada é pra sempre e que você foi idiota de acreditar. Mas a gente não se cansa, cai, levanta. Sigo em frente com a certeza de que vou achar pessoas incríveis no caminho, mas que um dia talvez eu tenha que as esquecer. Sigo em frente com a certeza de que me vou me apaixonar várias vezes, mas que um dia certamente me cansarei. Sigo em frente com a certeza de que vou querer pessoas pra sempre, mas vou sempre me lembrar que o pra sempre não existe."

"Por fora eu tô aqui rindo, achando tudo lindo e suportando as coisas mais ridículas possíveis (na minha opinião). Por dentro tô me roendo, morrendo, engolindo a seco a porcariaa do ciúme. Ele tem que acabar logo ou quem vai ser acabada sou eu, e é claro, por ele."

terça-feira, 8 de maio de 2012


"É, a vida vai nos endurecendo. A gente nasce livre, puro, ingênuo, acreditando. Tomamos uma, duas, três, vamos colocando um capuz, um escudo, uma armadura. E salve-se quem puder. E consegue chegar quem deixarmos. O fato é que estou com medo. Medo da gente. Pânico da capacidade que as pessoas têm de andar lado a lado com a maldade. Medo de viver num mundo imundo como o nosso. Pobre de valores. Pobre de espírito. Podre de coração!"

"Quer? Então pega. Pega por inteiro. Minha parte boa, minha parte chata, minha parte cinza-chumbo. Crise de tpm, crise existencial, crise de riso, crise de choro. Não queira só um lado ou só algumas partes. Se quer (quer mesmo?), queira tudo. Completa e complicada. Simples e confusa. Dramática e exagerada. Não gosto de partes, gosto da coisa inteira. Metades não me agradam. Não me atraem. Não me satisfazem. Se eu te quero, quero 100%. Inteirinho. Com teu lado cretino e bonzinho. Com teu jeito arrogante e descontrolado. Tua doçura e acidez. Não me vem com mais ou menos. Nem vem. Nem, nem. Comigo é tudo ou nada. Mesmo. Quer?"

"Ah, eu insisto tanto nisso!
Não sei como alguém consegue fechar a janela sem observar os tons do céu. Eu adoro quando é fim de tarde e as nuvens ficam meio rosadas, acho lindo. Me dá uma paz grande, daquelas que chegam metendo o pé na porta do coração, sem bater nem nada. A paz chega e se instala como se fosse de casa há tempos. E a chuva, tem coisa mais linda? Os pingos dançando, os raios iluminando a vida, os trovões lembrando que o tempo passa sem a gente perceber. É aí que eu vejo claramente: tem gente que desaprendeu a enxergar."

"Prefiro esbanjar emoções. Mesmo que doa. Mesmo que, um dia, eu possa me arrepender. Meus arrependimentos duram pouco, alguma coisa me cutuca e diz olha, que bom que você fez. Que bom que você teve coragem. Que bom que você sente. Que bom que você tenta. Tentar é se arriscar. E tudo na vida tem metade de chance de dar certo. E a outra metade? De dar errado. Mas não é poupando que você saberá."

segunda-feira, 7 de maio de 2012


"De puta, de criança, de maluca, toda mulher tem um pouco. Falo por mim porque vivi pouco tempo para fazer afirmações maiores. Falo por mim porque estou egoistamente presa na minha própria descoberta e existência. Mas pelo que tenho visto por aí, toda mulher tem um pouco de tudo. E como é difícil ser feliz com tantos poucos para agradar. Fora os milhares de hormônios que tornam cada um desses poucos mais do que dá para aguentar. E a cada suspiro, meus poucos se atrapalham: estou feliz ou com medo? Estou cansada ou excitada? Estou carente ou encantada? Estou fria ou fugidia? Numa única noite eu fui um pouco tudo, eu quis um pouco de tudo. Quando alguém vai acompanhar meu ritmo? Eu quis que ele não soubesse meu nome, depois quis ter o dele logo depois do meu. Eu quis que ninguém soubesse de tamanha traição. Depois quis gritar na janela como o proibido era sopro no meu coração. Eu quis sentir o poder de abalar com a vida dele. Depois quis que ele voltasse direitinho pra casa e esquecesse que existe a fraqueza. Eu quis ele por uma aventura, uma risada, uma distração. Depois quis o colo dele para sempre, mas fiquei com o meu pouco puta estampado na cara. Como eu preciso ser amada, meu Deus, pra parar de dar de bandeja o meu sorriso por aí. Eu tenho meu pouco criança estampado em cada linha que escrevo e em cada bobeira que falo na espera de atenção. Maluca? Nas raras vezes que sou séria, me sinto tão maluca, que devo ser sempre maluca. De pouco em pouco encho o papo de ansiedade. Quando o muito virá? Eu nunca poderia ser feliz sem meu pouco trágica. Eu nunca posso estar satisfeita sem meu pouco idealista e eu nunca poderei ser mulher porque ainda falta pouco, muito pouco, mas eu sei que sempre faltará. Me completo de poucos, mas sigo esperando demais de tudo.
Comida para cada um desses poucos que são buracos na minha alma. Meu pouco puta, safada, tarada, não tem um pingo de compostura. Meu pouco criança sofre e se diverte com o meu pouco louca. Meu pouco adulta perdoa tudo porque tem total consciência do meu pouco criança. Mas cada pouco espera o grande momento. A grande virada. O longo suspiro de paz. Cada pouco espera o colo, a excelente trepada, o beijo silenciador de neuroses, o abraço aquecedor de angústias. Cada pouca criatividade espera o salário digno, o carro novo, o cheiro de cada coisa minha conquistada, o sono de quem não deve um centavo a ninguém. Corro no desespero desses dias, da vida que virá, dos sonhos realizados, da felicidade, do sorriso banguelo da pureza infinita de um ser gerado por mim. Da luz. Meu pouco pessimista sabe que nada disso pode acontecer. Mas sigo com meu pouco otimista, aprendendo que ele a cada dia aumenta um pouco.
Quem em cada pouco põe tudo que é merece ser feliz. E muito."

domingo, 6 de maio de 2012


 “Sempre fui de me doar. Ouvia, ajudava, consolava, me importava. E não foram poucas as vezes que, mesmo em segredo, eu deixava de pensar na minha vida pra ajudar os outros. Em segredo, explico, porque não acho que preciso de medalhas, prêmios ou troféus. Se eu faço, é de coração, sem esperar reconhecimento do outro. Mas, perdão, eu sou humana e sinto. O mínimo que a gente espera é gratidão. Aprendi que ela nem sempre aparece. Aprendi que às vezes as pessoas acham que o que a gente faz é pouco. Por tanto aprendizado, acabei descobrindo que é melhor eu cuidar mais da minha vida e menos da dos outros. Não quero morrer santa, quero morrer feliz. Então, a rebelião. Como assim? Onde ela está? Por que sumiu? Ai, meu Deus, como mudou. Não, eu continuo a mesma. Só que até o mesmo se transforma. E percebe que, guarde isso, ninguém vai andar ao seu lado. A gente aprende a caminhar sozinho, pode até ter o auxílio de alguma mão, um apoio, mas os passos são dados por você.No meio do caminho, entre acontecimentos, atalhos e força, você percebe que precisa abrir uma brecha para a fragilidade se instalar. E que chorar alivia a alma. Mais do que isso: abrindo a janela pra fragilidade é que você descobre o quanto de força ainda resta para seguir em frente.”


"Há dias quero falar. Há dias em que bate uma tristeza que não tem remetente. Há dias preciso dizer isso. Há dias em que só a repetição fala. Há dias em que o sol não aparece. Há dias em que o coração fica pingando feito torneira enferrujada. Há dias em que a voz cala. Cansei de ser gente. Dá muito trabalho marcar presença. Juntar passado, presente e futuro e misturar limão e açúcar. Seria mais fácil se a gente dissesse o que quer, como, de que jeito. Mas não. Gente nunca faz isso. Gente como eu espera que o outro saiba-descubra-perceba. Gente como você quer se sentir especial. Por que a gente quer a todo instante saber que é importante? Cansei de ser gente. Sinto que os dias passam, a pele envelhece, o coração acumula aprendizado, os pés ficam exaustos no final do dia, a vida não para de caminhar para aquele lado. No meio disso, eu. Me perdendo, achando, sobrevivendo. Porque em alguns dias a gente só sobrevive. E eu cansei de ser gente."

sábado, 5 de maio de 2012


 "Me sinto, frequentemente, bombardeada por um mundo que não sei se suporto. Excessos e faltas. Sou movida por eles, por sentimento, sonho e lágrima. Tem gente que não entende meu estilo de ser e me doar. Para esses, eu digo que não vou desistir. Vou continuar, preciso continuar. Mesmo que o caminho seja cheio de lama, mesmo que pessoas-monstro apareçam: eu vou fechar os olhos e acreditar num mundo mais bonito. Eu vou abrir os olhos e viver um mundo mais bonito. Eu vou manter meus olhos na tela, meus dedos no coração e fazer do seu mundo um lugar mais bonito. Ah, eu vou!"

"Não adianta tentar tirar da cabeça quem se alojou no coração. Não adianta fingir que não sente na tentativa de passar a não sentir. E quer saber? Te amo. Te amo de um jeito que eu tento explicar e não sei. Palavra fica presa. Engasgo, afogo e uso palavras pela metade. Na hora H sempre falta uma vogal. Mas quer, de novo, saber? Meu coração nunca foi pela metade: sempre foi-inteirinho-seu. Plim!"

Meu ponto de paz. <3


"Eu estou atrás da porta, o corpo revirado, amassado, pequeno, todo dobrado. Sou uma carta gigante, chata, cheia de erros, longa demais, muito complicada. "Chega", alguém, com preguiça de ler sobre o amor ou sem coração para se emocionar com uma carta, disse. E eu virei bolinha de papel. Eu sou uma bolha de detergente, cansei de exterminar os restos e limpar as sujeiras e saí para voar um pouco. Só não fui avisada de minha fragilidade e estourei, para sempre nada, nem cheiro, nem cor, nem transparência, nada. Tudo foi lavado, desinfetado, seco e guardado, a vida continuou e a minha pequena vontade de arrumar a casa nem sequer é mais lembrada. Virei a sua remela, aquela que limpei na sua meia brega e cheia de vontade de se rebelar contra o mundo manipulador. Eu sou aquela sujeira que acorda pendurada nos seus olhos, quer atrapalhar a sua visão, mas você ignora e sai de casa tão despreparado para o dia. Eu fico lá, pequena, tosca, amarelada, suja, berrando para ser vista no canto da sua alma, e você não me lava e nem me absorve, você me expele mas não me limpa, você continua acordando com sono e dormindo acordado. Eu continuo no triste papel de remela dependurada e exposta. Eu espero você sonhar comigo para que eu amanheça nos seus olhos, só é uma pena que, pela manhã, seguro em seu espelho, você não sinta nenhum incômodo. Eu sou uma luzinha minúscula no meio da multidão, uma luzinha que pertence ao show mas não tem o que celebrar. Eu sou um pontinho enorme de tristeza e desespero no meio das pessoas enlouquecidas cantando "I can't live, with or without you". Eu sou uma pequena voz em meio a tantas pessoas que sofrem. Deus, eu sei, eu sei, são tantos e maiores os sofrimentos mas, por favor, não deixe de me dar força, me dar força para que pelo menos, ainda que pequena e com vontade de queimar, eu continue ao menos acendendo o meu fogo e fazendo parte da expectativa. Eu sou um fio de esperança, um fio de alegria, um fio de amor. Eu sou todos os fios que dormiram acalmados pelas suas mãos naquele dia da despedida, se você soubesse que sempre foi só daquele carinho que eu tanto precisava, ele não precisaria ter sido o último. Eu sou aquele homem estranho em frente ao museu em Firenze, eu vou continuar fazendo louva-deuses de folhas e enchendo peitos puros de amor eterno e esperanças, para sempre eu vou ser tão estranho, surpreendente e interessante quanto o amor. Mas eu também sou a sacola barata de roupas sem personalidade que agora guarda tudo o que quase foi, tudo o que poderia ter sido e mais o nosso louva-deus de folhas amareladas, cansadas e quase virando pó, quase virando nada e se espalhando pelo mundo que é enorme demais para parar quando sofremos. Eu sou o nosso louva-deus e estou quase virando nada. Mais do que tudo, sou a garotinha assustada, cinco ou seis anos, ajoelhada no chão do banheiro pedindo que os pais parassem de brigar, assustada com o amor, assustada com a vida, assustada com a porta trancada e a solidão. Essa mesma garotinha mal resolvida que vaga dentro de mim, como um espírito que não aceita evoluir, é a garotinha que quis se curar do medo do amor com um amor tão grande, tão grande, tão grande, que não existe. E ficou sem nenhum."


 "Do que é que você tem tanta pressa? Me perguntam minha analista, meus amigos, minha mãe. Não é de casar. Acho de mau gosto ficar pedindo presentes e encher o saco dos outros com uma festa que só fica divertida depois que todo mundo já está bêbado e sem sapato. Acho brega a foto em preto e branco dos “morecos” brindando com as alianças reluzentes. Acho insuportável a reuniãozinha para ver as fotos ou o filme ou ouvir as histórias da lua de mel. Me ver entrando em uma igreja qualquer, toda vestida de branco, é um sonho que não acalentei nem no auge dos meus delírios adolescentes. Mas eu estou desesperada. Completamente desesperada. Não por essa história aí, que todo mundo quer comprar e depois arrumar bonitinho no álbum. Eu quero o meu amor. Há 32 anos espero por ele. Tive aí uma boa dúzia de namorados ao longo da vida, mas nunca me senti realmente feliz. Todos eles estavam com uma perna numa ex-namorada mal resolvida e a outra perna numa futura namorada desconhecida (e perfeita, claro). Com uma perna em cada mulher, sobrava-me apenas o pau — e uma mulher nunca quer só o pau. Jamais senti paz ou vontade de construir algo com eles. Tive aí também mais umas cinco dúzias de casinhos, ficantes e nheco-nhecos ocasionais. Serviram para matar o tédio e me dar algum dinheiro (afinal de contas, textos sobre a enorme incapacidade masculina de amar compraram e mobiliaram meu apê, trocaram meu carro algumas vezes e ainda arrumaram todos os dentes da boca de minha amada mãe). Mas agora eu estou com pressa, estou insuportavelmente com pressa. Eu estou pra ontem. Não quero mais transar a cada 15 dias sendo apenas divertida e leve para, quiçá, um dia, cair a ficha de um desgraçado de que vale a pena aumentar esses 15 dias para uma vez por semana para, quiçá, daqui a cinco anos, cair a ficha de que talvez ele deva aumentar esses encontros para duas vezes por semana, mérito de meu comportamento leve, divertido e descompromissado. Eu sou romântica, intensa, quero ver você hoje e amanhã e depois de amanhã. Se gosto de alguém, eu gosto bastante e para sempre e sem fim. Apenas porque é uma delícia gostar. Gostar é sempre muito mais gostoso que fazer aquele sem-fim de joguinhos medrosos. Mas vocês, pobres rapazes, correm como se eu fosse uma vampira com enormes dentes afiados e famintos. E é exatamente o que sou: uma devoradora de sangue. Cansei desse ritmo lento quase parando de vocês. Eu sou legal, mas não custa dar mais uma olhadinha para ver o que o mercado ainda oferece, né? Eu sou legal, mas é preciso testar por 17 anos esse “legal” antes de demonstrar algum sentimento, né? Seus malas, eternamente adolescentes. Onde é que fica o cazzo do amor para valer no meio de tanta frieza e desinteresse e carinhos esporádicos e histórias sem graça e lentas e chatas? Aff, vocês merecem as mocinhas que querem mais um álbum de fotos felizes do que ser feliz de verdade ao lado de um homem."

sexta-feira, 4 de maio de 2012



“Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois. Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto: ‘Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é?’ É o que estou tentando vivenciar. Certo, muitas ilusões dançaram – mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis, becos-sem-saída. Nada é muito terrível. Só viver, não é? A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir. Porque não estou fluindo.”


"Me irrite. Me faça ciúmes. Me diga que estou sendo chata. Me diga que sou grossa. Me morda. Me faça cócegas. Me fale coisas lindas. Me faça sorrir. Me abrace. Me ligue. Me faça sonhar. Me faça uma música. Me diga qualquer coisa com essa sua voz linda. Me diga que vai sair com outra, e apareça de surpresa. Me mostre a realidade. Me dê conselhos, daqueles que só você sabe. Me dê esperanças, mas só se for se realizar. Me deseje sorte. Me ame. Mas o principal, se não pretende fazer essa última coisa, me faça te esquecer. É justo."
 


"De vez em quando me perco dentro de mim. É engraçado, mas fico contando coisas para meus botões. Listando tudo que quero fazer até o fim da vida. É tanta coisa que acho que não vai dar tempo. Vou torcer que dê. Porque a vontade de fazer é imensa. E intensa. Deve ser por isso que ando mais quieta, mais na minha, escondida em um cantinho de mim. Fico querendo guardar as coisas para não deixar escapar nada entre os dedos. É uma vontade louca de fazer. Ando escondida, eu sei. Vivendo por dentro e por fora. Às vezes aos trancos e barrancos. Mas acho que a vida é isso mesmo, um dia é bom e o outro é uma porcaria. Não dá pra ser feliz o tempo todo. Por sinal, desconfio de felicidades instantâneas e constantes. Soa meio falso. Gente de carne e osso é alegre e triste. É inconstante. Porque a vida é montanha-russa. E eu adoro andar nela. Por isso vivo sempre na fila do parque."


"Como é que você reage às quedas que sofre na vida? Como é que você administra os fracassos? Não há receitas mágicas que nos façam vencer os obstáculos. Mas ouso dizer que há um jeito interessante de olhar para as quedas que sofremos. É só não permitir que elas sejam definitivas. É só não perder de vista a primavera que o outono prepara. Administre bem os problemas que você tem, não permita que o contrário aconteça. Se você não administrá-los, eles administrarão você. Deus lhe quer vencedor, a vitória já está preparada feito o presente que está embrulhado e que precisa ser aberto. Não perca tempo! Já começou a vencer aquele que se levantou para recomeçar o caminho."

quinta-feira, 3 de maio de 2012



"Eu sei que falei em prazer gratuito semanas atrás, e sei o que você pensa a respeito: nada é gratuito. Mas, por enquanto não consigo contrariar essa forte impressão de que a conta não virá. Se eu sinto alguma culpa, não é pelo o que faço às escondidas, não é culpa por estar me dedicando a uma experiência socialmente reprovável: é culpa por não sentir culpa alguma. Por estar achando tudo condizente com meu grau de exigência em relação ao aproveitamento do meu tempo, condizente com a minha fome, que nunca foi de comida, mas de vivência. A pergunta que mais faço é: por que não? Desde pequena, desde que tomei gosto pelo ato de respirar e me senti atraída pelos dias que estavam por vir, horas repletas de novidade, desde que eu despertei para a leitura e que passei a sentir o sabor das coisas de uma forma muito entusiasmada, desde que eu soube que podia pensar e que o pensamento era livre, que dentro do meu pensamento ninguém poderia me achar, desde que meus seios cresceram e eu descobri que pessoas tinham cheiro, desde lá até aqui eu me pergunto: por que não me oferecer para aquilo que não fui preparada? Eu tenho as armas de que necessito para me defender, e mesmo que eu perca, eu ganho, já perdi algumas vezes e sei como funciona a lei das compensações. Quero acolher com generosidade o que em mim se manifesta de forma incorreta. Não vou pedir permissão aos outros para desenvolver a mim mesma, mando no meu corpo e em tudo o que ele confina, coração incluído, consciência incluída. Talvez eu esteja com receio de ter ido longe demais desta vez e esteja preparando a minha defesa, caso alguma coisa não saia como esperado. O que eu espero? Não espero nada, espero tudo, estou à deriva nessa aventura. Eu queria cristalizar esse momento da minha vida, mas estou em alta velocidade, e não sei se quero ir adiante, só que eu não tenho opção. Acho que é isso. Eu tinha opções, agora não tenho. Não consigo parar esse trem."


"É claro que a gente se engana, se surpreende, se decepciona. Já pensei que amei. Já pensei que me apaixonei. E vi que era fogo de palha. Já pensei que era amizade. Já achei que fosse de verdade. E vi que era faísca. Mas tudo que eu gosto, eu gosto. Lembre disso. Para mim, algumas coisas são para sempre. Amigos, por exemplo. A gente sabe que tem os de verdade, os que vão atravessar anos, estados, países, turbulências e mau tempo. E a gente também sabe que tem aqueles de momento. Uma pessoa pode ser muito sua amiga hoje na aula de inglês, no trabalho, na primavera. Depois passa. E aí, era amizade? Era. Mas era aquela amizade de momento. E era verdadeira? Também era. Naquele momento. Acho que existe o perecível e o que não tem data de validade. E digo: tenho amigos que não têm data de validade, apesar de eu não estar sempre junto deles. Também tenho amigos que são amigos hoje, que sei que posso contar, mas não sei se estarei junto daqui a dez anos. Isso pra mim é muito claro. E a família? Família, você querendo ou não, é pra sempre. É um laço. Não se desfaz. Pode ter briga, atrito, confusão, mas é família. E é pra sempre."